Òṣún é um dos Òrìṣà mais venerados no território yorubá, sendo vista como a fonte de vida, representando o elemento água, que é a força da natureza que permite a sustentação do planeta. Levando em consideração que 70% do nosso corpo é constituído por água, isso nos remete ao raciocínio lógico sobre a importância da água também sobre o nosso organismo. Essa reflexão nos indica claramente o porquê de Òṣún ser o único Irunmolé feminino a participar da criação.
Òṣún é pioneira entre as mulheres que usam colares ou fios de conta ou de miçangas (ileke), feitos de miçangas; pulseiras (ide) e Gélé (turbante) para se enfeitar. As iniciadas no Òrìṣà Òṣún, além do ileke, usam ide e enfeitam os cabelos, o que torna a relação entre a vaidade e Òṣún uma constante. O ide de Òṣún é confeccionado em bronze. Para se assemelhar à mãe Òṣún, seus devotos usam ides de bronze e ilekes. Òṣún gosta de bronze, elemento indispensável no culto, sendo símbolo de riqueza e prosperidade A menção ao pente também é um indício de que ela se preocupa com os penteados (cabeça) que ela cuida dos cabelos de seus filhos.
As mulheres Yorúbà foram as primeiras a usar turbantes (Gélé) como acessório de beleza, confeccionados com tecidos nigerianos (aso oke). Uma mulher Yorúbà que se veste com a vestimenta tradicional (Asó Ibile) mais importante sem ilekes, idé e Gélé, é considerada deselegante.
Òṣún conserta a cabeça das pessoas para que elas se tornem mais belas. O embelezamento externo da cabeça nos leva a deduzir que Òṣún é uma divindade que nos ajuda com seu poder de consertar e retificar a cabeça, ou seja, ela auxilia as pessoas em suas dificuldades. Além de Òṣún ser reconhecida por sua beleza e elegância, também é relacionada à sensualidade. Outro aspecto revelado quando estudamos os orikis dos Òrìṣàs, é que Òṣún é o Òrìṣà que mais se preocupa com seus filhos, conforme descrito em vários versos dos Odu ( Ese Ifá).
